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O Grande Cão: Relatos de uma imbitubense
"Correu em nossa direção com seus dentes à mostra..."

Imagem MoveInstitute
Ei! Deixa eu te contar…
Quando era mais nova fui passear com a minha família. Éramos eu, minha mãe, meu padrasto e meus dois irmãos. O objetivo? Ver as baleias. É claro que fomos onde era certo que as grandonas estariam, a Praia da Ribanceira. Apesar das lombadas da estrada geral, não sei como incomodam tanto sendo tão finas, a ida foi bem tranquila.
Lá, nos deparamos com várias famílias e carros estacionados às margens da estrada, “elas” com certeza estavam lá. Decidimos então que precisávamos de uma vista melhor. As dunas estavam ali, grandes e imponentes, esperando para serem exploradas, os vencedores poderiam avistar as dançarinas do mar com muito mais clareza.
Quando estávamos nos preparando para subir, meus irmãos e minha mãe com suas pernas curtas já ansiosos, algo inesperado e aterrorizante aconteceu.
Percebemos uma nova presença ao redor, um grande cão boxer de pelagem preta se aproximava, correndo em nossa direção com seus dentes à mostra e uma empolgação assustadora. Minha mãe, sempre preocupada com sua prole, se armou como um jogador de futebol americano pronto para defender a bola, enquanto, aos berros, pedia que nos afastássemos.
Para nossa surpresa e alívio o cão, ou melhor dizendo, a cadela queria apenas brincar. Talvez ela tivesse sido atraída pelas risadas e brincadeiras, a alegria que nos envolvia naqueles momentos. E ela ficou ali o tempo todo, subiu e desceu as dunas, corria ao nosso redor e balançava o corpo todo em grande felicidade.

Imagem FreePik
No volta, a Pantera , como decidimos chama-la, fez questão de nos acompanhar. No caminho vimos ela fazer um rápido desvio e ao segui-la encontramos sua “casa”, uma caixa de papelão surrada em meio ao mato, com alguns peixes secos ao redor. Até então não havíamos percebido o quanto aquela linda cadela estava magra.
Foi aí que começou. Olhos brilhando, e não, não só os nossos, meus e dos meus irmãos, mas também o da minha mãe, dona de uma alma doce e gentil.
Foram feitas declarações de amor em prol da adoção da nova amiga. Se a Pantera foi pra casa com a gente? É claro que sim. Difícil foi colocar um cachorro tão grande dentro do carro, mas nós conseguimos, minha mãe na verdade, ela carregou o novo membro da família no colo até em casa. Quando chegou, suas pernas estavam bambas.
Nós avistamos baleias naquele dia, passeamos pelas dunas, esse tipo de experiência que Imbituba proporciona. Eu me lembro de tudo, ficou na memória sabe, uma memória linda, cheia de lugares bonitos e momentos inesquecíveis.
Gosto de pensar que é porque estávamos em Imbituba, não teríamos dunas para ver baleias em outro lugar, talvez nem haveriam baleias, não teríamos chegado tão rápido se fosse em Florianópolis por exemplo, não, certeza que é porque tudo isso foi em Imbituba.